A regra da crase é frequentemente mal ensinada nas escolas brasileiras, levando a dificuldades na sua aplicação. Muitos métodos de ensino simplificam demais a explicação, com a regra da inversão: se você inverter para um substantivo masculino e tiver que dizer “ao”, no feminino se coloca a crase.
Embora isso seja verdade em alguns casos, a explicação não considera a regra da crase, que diz: a crase ocorre quando há o encontro da preposição “a” o artigo feminino “a” ou “as”. A falta de uma explicação mais detalhada sobre a preposição e a sua relação com o artigo gera confusão, aliás, não ensina.
O problema é a abordagem centrada na memorização de regras sem explicação do raciocínio por trás delas. Muitos alunos aprendem a aplicar a crase em algumas expressões e em outras não, sem entender por que isso ocorre.
E a questão toda é que, para ensinar a crase, será preciso ensinar bem preposição, artigo e regência nominal e verbal. E isso dá certo trabalho… Não é fácil e, ademais, é difícil, como diz o caboclo, especialmente para alguns alunos desinteressados de qualquer coisa edificante.
A questão toda é que, em gramática, como em dialética e em retórica, não é possível ensinar algo sem ter ensinado outras coisas antes. Se uma lição ficou para trás, ou foi mal exercitada, não se pode avançar direito. E as pessoas podem ficar anos encalhadas nos estudos por um pequeno ponto negligenciado lá atrás, o que é muito ineficaz, para além de ser triste. Tome nota disso e busque verificar se algo não ficou perdido nos seus estudos – algo pequeno, como a crase, que é muito pequena, mas tomou proporções enormes atualmente pelo ensino desordenado.
Para um ensino eficaz da crase, é importante que os professores expliquem detalhadamente o uso da preposição e do artigo feminino, e também as exceções. Ao entender as situações em que a crase é necessária, os alunos serão mais capazes de usá-la corretamente e de forma consciente, evitando os erros comuns pelo domínio da regra. E serão capazes de avançar para terrenos mais complexos assim como mais instigantes dos estudos.
Fonte: Instituto Hugo de São Vítor